Desde o início dos trabalhos das questões étnicas me deparei com sentimentos pessoais camuflados em relação ao preconceito nas suas várias manifestações: raciais, sociais, de gênero, enfim, relacionadas as "diferenças" dos seres humanos e que com certeza para combater precisamos trazer a tona para que possa ser resolvido/superado. É uma questão muito difícil, mas que precisa ser debatida nas nossas escolas, pois, percebi que as crianças tem preconceitos em relação as diferentes etnias e isto é algo da cultura familiar, por isso, penso que devemos trabalhar essas questões étnicas no decorrer de todo o ano e não apenas nos dias ou semanas dedicados ao negro e ao índio, buscando valorizar a etnia dos alunos pois, acredito que esta sensibilização para a valorização de todas as etnias na escola é um passo muito importante para que alcancemos a igualdade e a justiça na sociedade em que vivemos.
Constatei também que esta questão étnica deve ser contemplada no Projeto Político Pedagógico no plano de estudos da escolas, para que aconteçam atividades que proporcionem momentos de reflexão e de valorização das culturas indígenas e negras e a partir disso, combater o preconceito.
Na verdade no município em que trabalho, ainda temos apenas a orientação verbal de se trabalhar esta diversidade cultural em função da criação de datas estabelecidas por lei. E, também esta questão não está presente apenas em meio aos alunos ou aos pais, mas também em meio aos professores e isso precisa ser trabalhado.
Na análise das entrevistas percebi que a influência positiva da família esta sendo decisiva para a uma auto-imagem também positiva, acreditando assim na sua capacidade de interagir e aprender como todos os outros.
De acordo com Marilene Leal Paré:"A Família,provedora de afeto"As Relações interpessoais libertadoras ou inibidoras do processo de aprender"
Constatei também as relações interpessoais com os professores na escola em que estudam, segundo relato dos entrevistados são libertadoras, motivando assim, o processo de ensino aprendizagem dos seus alunos e reforçando o trabalho dos pais e com estes aspectos favoráveis construir um projeto de vida digna, assumindo as suas responsabilidades diante da sociedade.
">span style="font-weight:bold;">É por isso, que precisamos parar de fazer vista grossa para a questão do preconceito nas escolas e tomar uma atitude e mudar esta situação de maneira consciente, engajando os pais, alunos, professores enfim, a comunidade escolar como um todo.
Deixo uma citação pertinente à reflexão:
“A educação não é um processo de adaptação do indivíduo à sociedade. O homem deve transformar a realidade [...]” (FREIRE, 1983 p.31), para que o trabalho com as questões sociais façam parte do nosso cotidiano em sala de aula. Ainda, segundo Freire “Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia”. (FREIRE, 1996 p.39,40).
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Um comentário:
Oi Márcia, muito pertinentes essas tuas questões. Concordo contigo quando dizes que devemos trabalhar as questões de etnia em todos os momentos e não só nas datas destinadas a comemoração da raça negra e indígena. Abração, Sibicca
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